Torre de aço da NASA
De várias maneiras, o estande de teste A3 no Stennis Space Center, no Mississipi, é o projeto dos sonhos dos engenheiros estruturais. Ele é grande funcional e coloca todas as estruturas de aço numa visão plana, além de relativamente isolado. E vai envolver um espaço para foguetes.
Quando se tornou operacional em maio de 2011, o estande de 71,6 metros de altura foi usado para testar o mais novo motor de foguetes da Nasa, o J-2X, que iria movimentar o Ares I, espaçonave tripulada, em missões para a Lua, Marte e, possivelmente em outros planetas. O objetivo do estande é simular um ambiente de gravidade zero por 550 segundos, tempo que o foguete necessita para estar apto a percorrer 30,5 km do espaço acima da Terra. Nenhum outro de teste, até aquele momento, podia replicar essa atmosfera com o tempo exigido.
Além de envolver – literalmente – a ciência dos foguetes, a torre é também complexa do ponto de vista de projeto e do visual. A estrutura densa e aberta, com vigas flangeadas, pintadas de branco e projetadas em várias dimensões e distâncias, não tem barreiras visuais como paredes, janelas ou fachadas. A estrutura lembra em barco de cabotagem antigo (daqueles que percorriam o rio Mississipi), exceto pela altura e certamente pelo uso. Há tanto aço que os olhos e o cérebro levam um tempo para dar conta da construção.
O fabricante da estrutura, a Prospect Steel Company, fez o chamado teste de olho de pássaro durante a ereção da torre. Isso quer dizer o seguinte: a estrutura tem tantos membros sendo projetados do ponto central, que é impossível que um pássaro voe através dela. De acordo a Lafayette Steel Erector. responsável pela construção do prédio, se uma pessoa ficar parada numa posição estática e olhar através da torre, ela não conseguirá ver o céu.
Talvez o principal desafio do estande A-3 do ponto de vista do projeto não seja o fato de que ele será usado para testar os motores do foguete, mas ser um projeto atípico. De fato era o maior estante até então construído em Stennis desde 1960. Isso permite que os projetistas e construtores aproveitassem a experiência de vários estudos de caso anteriores, embora nenhum deles seja tão grande como o A-3. Apesar disso, toda tecnologia anterior está distante do novo projeto, que exigiu um novo conceito desde o começo. A ausência de uma construção similar forçou os projetistas a serem vanguardistas, antecipando-se aos desenvolvimentos.
Como a estética não direcionou o projeto, não houve discussões típicas com os arquitetos. Até onde os olhos podem ver, os vizinhos da torre são outros três estandes de teste e muitas árvores, sendo os primeiros bem distantes. O isolamento foi uma benção para o projeto, uma vez que permitiu um sequenciamento tranquilo das várias fases de montagem e a manobra do guindaste, que constantemente faz a rotação em volta de quatro quadrantes, que constituem a estrutura.
Outro detalhe é que os projetistas não poderiam acomodar sistemas de construção comuns. Enquanto equipamento e tubulações especiais para teste eram incorporados ao projeto, a metade da torre foi deixada aberta para acomodá-los.
O estande de teste está basicamente erguido em quatro quadrantes. Teoricamente quando se vê a a torre de cima, ela deveria parecer como quatro Ls com as pontas todas convergindo para o centro. A torre foi erguida em 16 sequencias: quatro estágios verticais para cada um dos quatro quadrantes. Daí a expressão quatro em um.